sábado, 14 de agosto de 2010

"We don't need education..."


O Pink Floyd é uma das minhas bandas de rock progressivo preferidas... Além do mais, como ultimamente não tenho tempo e nem paciência para ouvir bandas novas, eu tenho me jogado de cabeça no mundo do flashback, o que é muito prazeroso para mim.


Nessa semana, estava ouvindo a música Another Brick in the Wall (parte 1,2,3,... n!) e me lembrei daquele clipe que era (ou ainda é) o meu sonho e o de muitos colegas meus na época do ensino médio: agredir o meu professor e incendiar a escola... O professor caxias do clipe parece muito com alguns professores que tive no colégio e outros que tenho na universidade. Claro que tive ótimos professores também, mas os piores me marcaram mais profundamente: são um grande exemplo daquilo que eu não quero ser como professora de Química.

Assistindo o clipe recentemente, percebi que o colégio retratado era escuro, aparentemente úmido e pouco acolhedor. Vi também que a relação entre o professor e os alunos era digna de um filme de terror. Pensei comigo: "conheço uns trezentos colégios parecidos com esse..." e realmente: Quantos colégios em Salvador não apresentam infraestrutura mínima para um bom funcionamento? Quantos alunos são diariamente massacrados por seus professores (e vice-versa)? Quantos professores ainda pensam que ensinar é transmitir conteúdos e encaram seus alunos como folhas de papel em branco?

Acho que a melhor resposta para tais perguntas é "muitos". Comentar sobre a situação da educação brasileira seria um trabalho árduo e ingrato: me levaria a um campo de discussão tão complexo que seria infinitamente complicado de se discutir e infinitamente chato de se ler. Mas isso não significa que eu não possa comentar sobre algumas das colunas dos problemas na educação.
 
Recentemente tive a oportunidade de trabalhar em um colégio público estadual. Uma amiga minha me perguntou se algo havia me frustrado durante essa experiência. Disse que sim: os professores que já trabalhavam no colégio. Eu sabia que ia encontrar professores desiludidos com a profissão devido a falência do sistema educacional. Sabia que iria encontrar gente descompromissada com a educação, que encara a docência como uma atividade menor (em bom baianês, professores mangueados). Não foi nada disso que me frustrou. O que me decepcionou foi o completo abismo entre os professores e a pesquisa na área de Ensino.
 
Tudo bem caro leitor ou leitora, você pode argumentar que muitos desses professores estavam afastados há anos da universidade e que as pesquisas em ensino durante a formação docente é algo relativamente novo. Ok, concordo. Mas o fato que me decepcionou é que professores tão jovens quanto eu estão saindo das universidades com idéias sobre o ensino e a educação  tão retrógadas que fazem a minha avó parecer uma revolucionária...
 
Conclui-se então que há um problema na formação desses professores. Não me espantaria se eu encontrasse um curso de licenciatura na UFBA ainda nos moldes do"3+1": um tipo de currículo no qual as disciplinas específicas e as matérias da faculdade de educação são cursadas de forma desarticulada, o que implica numa idéia deturpada de que para ensinar basta que o sujeito saiba o conteúdo específico da sua disciplina e saiba um pouco de técnicas de ensino.
 
Eu acredito que um bom professor é resultado, dentre muitos fatores, de uma boa formação. Formação esta que deve abranger e articular todos os tipos de conhecimento necessários para a prática docente, inclusive a pesquisa na área educacional.
 
Mas eis que surge outro problema: apesar de ter me aproximado há pouco tempo da pesquisa em Ensino de Química, eu posso afirmar o quanto o conhecimento produzido na área de Educação fica preso nos muros da universidade.Será que o confronto com a realidade é mortal para algumas de nossas teorias complexas? Talvez... ou então existem outros obstáculos entre a escola real e a escola das minhas especulações nas aulas de didática. Certamente tais obstáculos existem, e prometo em outro momento escrever quanto a essas barreirras invisíveis ou não.
 
Mas enquanto isso, curtam Another Brick in the Wall, do Pink Floyd clicando aqui.
 
Até mais!

Volta às aulas??

No dia 11/08/2010 recomeçaram as aulas na Universidade Federal da Bahia, na qual eu estudo. Estranhamente as aulas voltaram numa quarta-feira, o que fez com que muitos alunos e professores não comparecessem à universidade, achando que se tratava de um tipo de trote ou piada. Eu, que nunca fui boa para entender piadas, fui até a UFBA para assistir as aulas iniciais e dei com a cara na porta em algumas aulas, principalmente as que aconteceriam no turno vespertino.
Na quinta-feira, as pessoas resolveram aparecer (talvez perceberam que não era mesmo uma piada...) e eu tive todas as aulas previstas: Química Inorgânica Básica (super divertido por sinal...) e Didática II.
As aulas da FACED são umas das poucas nas quais eu estou disposta a discutir alguma coisa, pois geralmente os professores das matérias ditas hard, são pouco abertos ao diálogo em suas aulas. Contudo, a minha disposição ao debate já me custou caro algumas vezes...
Outro problema é que as disciplinas da FACED imagem e semelhança aos professores que as ministram. É possível que uma mesma disciplina aborde conteúdos totalmente diferentes de acordo com o professor que ministre a aula. Se isto é positivo ou não, deixo em aberto, mas o fato é que não crio mais expectativas quanto a nenhuma das disciplinas que curso na universidade.
Desta forma, como professor e disciplina geralmente são "cara de um, focinho do outro", aparentemente minhas aulas de didática serão interessantes, ou pelo menos animadas, pois muitos amigos meus estão cursando essa disciplina comigo. A professora parece estar aberta ao debate, o que é muito bom para o meu rendimento nas aulas. É como vovó já dizia: na universidade, o silêncio é o melhor amigo do desânimo.
O dia seguinte foi uma sexta feira 13. Houve aulas para mim, mas como sou muito supersticiosa resolvi ficar em casa para não correr o risco de cruzar com um gato preto em alguma encruzilhada na UFBA...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Bem vindos ao Ressonância, a materialização do meu ócio e da minha necessidade de tratamento psicológico...
Aqui trataremos de uma miscelânea de assuntos: ciência, educação, filosofia ou qualquer coisa que pertença ao meu mundinho. Afinal, o blog é meu e eu escrevo sobre o que me interessar. Mas eu prometo que de vez em quando escreverei alguma coisa interessante, engraçada ou politicamente correta.

Até qualquer hora,

Letícia