sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Problemas no Ensino de Química

Minha querida professora Alessandra pediu que escrevêssemos um texto sobre os principais problemas e desafios no ensino de nossas áreas de atuação, no meu caso a Química. Como ando sem tempo para escrever algo que realmente seja digno de leitura, resolvi "didatizar" meu trabalho... Abaixo estão ilustrados os principais problemas do Ensino de Química ( e do ensino de qualquer outra coisa também...):
 
1-Falta de estrutura física adequada:
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2- Falta de incentivos à carreira docente (a indústria supostamente dá mais grana para químicos)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3- A química ainda é vista como algo distante do cotidiano dos alunos

 
4- A química ainda carrega uma má fama adiquirida com os problemas ambientais que alguns de seus avanços trouxeram. Ou seja, "se tem química, é ruim!"

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Plante uma Árvore!


Você já plantou uma árvore? Quando eu tinha oito anos resolvi plantar um pé de tangerina na frente da minha casa. Peguei umas sementes, enterrei em uma covinha na terra, cerquei o local com algumas pedrinhas e comecei a cuidar daquela semente, até que um dia percebi que uma plantinha havia nascido naquele lugar – era o meu pé de tangerina! Hoje minha mudinha é uma árvore muito bonita, que dá umas tangerinas deliciosas...
Certamente o amigo e paciente leitor deve estar se perguntando o que minhas singelas recordações de infância têm haver com sua vida. O fato é que para se ter uma árvore vistosa e que dê bons frutos é necessário se plantar uma semente e cuidar dela. Os estudantes, ao meu ver, são como sementes: precisam de cuidados especiais, como bons professores, bons laboratórios, uma boa biblioteca, mas acima de tudo precisam de pessoas que se preocupem com o seu bem estar e contribuam para o seu crescimento.


Mas existem algumas pessoas que não conhecem essas pequenas sutilezas da natureza.. Há quem acredite que o leite vem da caixinha Tetra Pak e que tangerinas surgem por geração espontânea ou coisa do tipo... Coitados! Não compreendem que para se ter uma árvore que dê bons frutos é preciso plantar uma semente e cuidar delas, assim como também não compreendem que para sermos bons profissionais, precisamos de uma boa formação inicial. Na Universidade Federal da Bahia, existe um pesado investimento nas atividades de pesquisa científica e, paralelamente, um descaso pela graduação. E ao meu ver, não investir na formação inicial dos estudantes e esperar que estes sejam bons pesquisadores, é como desejar a tangerina sem ao menos plantar uma semente.


Claro que a pesquisa científica é importante para a universidade, isso é inegável; mas ela não deve se resumir a apenas isso. A universidade está baseada no tripé Pesquisa, Ensino e Extensão. Porém o que vemos na UFBA é a supervalorização da pesquisa científica em detrimento do ensino e da extensão. E ter uma universidade que não valoriza o ensino e a extensão é como ter uma planta sem raiz.


Mas certamente existem pessoas dentro da universidade (e fora dela) que estão preocupadas com todo este grande pomar que é a UFBA. Essas pessoas não querem apenas os frutos ou apenas as sementes - estão preocupadas com o todo. Não privilegiam ou desprezam nenhum tipo de árvore: macieiras, bacharéis, licenciados, laranjeiras, pós-graduandos... enfim, acreditamos que todos os estudantes tem os mesmos direitos e devem ser respeitados da mesma maneira.

Bem amigo leitor, caso concorde comigo, eu convido-o a se juntar a este grupo para ajudar a cuidar da UFBA, esse grande pomar que pertence a toda a sociedade. Mas caso você discorde das minhas idéias ou ainda tenha alguma dúvida, que tal plantar uma árvore?















sábado, 14 de agosto de 2010

"We don't need education..."


O Pink Floyd é uma das minhas bandas de rock progressivo preferidas... Além do mais, como ultimamente não tenho tempo e nem paciência para ouvir bandas novas, eu tenho me jogado de cabeça no mundo do flashback, o que é muito prazeroso para mim.


Nessa semana, estava ouvindo a música Another Brick in the Wall (parte 1,2,3,... n!) e me lembrei daquele clipe que era (ou ainda é) o meu sonho e o de muitos colegas meus na época do ensino médio: agredir o meu professor e incendiar a escola... O professor caxias do clipe parece muito com alguns professores que tive no colégio e outros que tenho na universidade. Claro que tive ótimos professores também, mas os piores me marcaram mais profundamente: são um grande exemplo daquilo que eu não quero ser como professora de Química.

Assistindo o clipe recentemente, percebi que o colégio retratado era escuro, aparentemente úmido e pouco acolhedor. Vi também que a relação entre o professor e os alunos era digna de um filme de terror. Pensei comigo: "conheço uns trezentos colégios parecidos com esse..." e realmente: Quantos colégios em Salvador não apresentam infraestrutura mínima para um bom funcionamento? Quantos alunos são diariamente massacrados por seus professores (e vice-versa)? Quantos professores ainda pensam que ensinar é transmitir conteúdos e encaram seus alunos como folhas de papel em branco?

Acho que a melhor resposta para tais perguntas é "muitos". Comentar sobre a situação da educação brasileira seria um trabalho árduo e ingrato: me levaria a um campo de discussão tão complexo que seria infinitamente complicado de se discutir e infinitamente chato de se ler. Mas isso não significa que eu não possa comentar sobre algumas das colunas dos problemas na educação.
 
Recentemente tive a oportunidade de trabalhar em um colégio público estadual. Uma amiga minha me perguntou se algo havia me frustrado durante essa experiência. Disse que sim: os professores que já trabalhavam no colégio. Eu sabia que ia encontrar professores desiludidos com a profissão devido a falência do sistema educacional. Sabia que iria encontrar gente descompromissada com a educação, que encara a docência como uma atividade menor (em bom baianês, professores mangueados). Não foi nada disso que me frustrou. O que me decepcionou foi o completo abismo entre os professores e a pesquisa na área de Ensino.
 
Tudo bem caro leitor ou leitora, você pode argumentar que muitos desses professores estavam afastados há anos da universidade e que as pesquisas em ensino durante a formação docente é algo relativamente novo. Ok, concordo. Mas o fato que me decepcionou é que professores tão jovens quanto eu estão saindo das universidades com idéias sobre o ensino e a educação  tão retrógadas que fazem a minha avó parecer uma revolucionária...
 
Conclui-se então que há um problema na formação desses professores. Não me espantaria se eu encontrasse um curso de licenciatura na UFBA ainda nos moldes do"3+1": um tipo de currículo no qual as disciplinas específicas e as matérias da faculdade de educação são cursadas de forma desarticulada, o que implica numa idéia deturpada de que para ensinar basta que o sujeito saiba o conteúdo específico da sua disciplina e saiba um pouco de técnicas de ensino.
 
Eu acredito que um bom professor é resultado, dentre muitos fatores, de uma boa formação. Formação esta que deve abranger e articular todos os tipos de conhecimento necessários para a prática docente, inclusive a pesquisa na área educacional.
 
Mas eis que surge outro problema: apesar de ter me aproximado há pouco tempo da pesquisa em Ensino de Química, eu posso afirmar o quanto o conhecimento produzido na área de Educação fica preso nos muros da universidade.Será que o confronto com a realidade é mortal para algumas de nossas teorias complexas? Talvez... ou então existem outros obstáculos entre a escola real e a escola das minhas especulações nas aulas de didática. Certamente tais obstáculos existem, e prometo em outro momento escrever quanto a essas barreirras invisíveis ou não.
 
Mas enquanto isso, curtam Another Brick in the Wall, do Pink Floyd clicando aqui.
 
Até mais!

Volta às aulas??

No dia 11/08/2010 recomeçaram as aulas na Universidade Federal da Bahia, na qual eu estudo. Estranhamente as aulas voltaram numa quarta-feira, o que fez com que muitos alunos e professores não comparecessem à universidade, achando que se tratava de um tipo de trote ou piada. Eu, que nunca fui boa para entender piadas, fui até a UFBA para assistir as aulas iniciais e dei com a cara na porta em algumas aulas, principalmente as que aconteceriam no turno vespertino.
Na quinta-feira, as pessoas resolveram aparecer (talvez perceberam que não era mesmo uma piada...) e eu tive todas as aulas previstas: Química Inorgânica Básica (super divertido por sinal...) e Didática II.
As aulas da FACED são umas das poucas nas quais eu estou disposta a discutir alguma coisa, pois geralmente os professores das matérias ditas hard, são pouco abertos ao diálogo em suas aulas. Contudo, a minha disposição ao debate já me custou caro algumas vezes...
Outro problema é que as disciplinas da FACED imagem e semelhança aos professores que as ministram. É possível que uma mesma disciplina aborde conteúdos totalmente diferentes de acordo com o professor que ministre a aula. Se isto é positivo ou não, deixo em aberto, mas o fato é que não crio mais expectativas quanto a nenhuma das disciplinas que curso na universidade.
Desta forma, como professor e disciplina geralmente são "cara de um, focinho do outro", aparentemente minhas aulas de didática serão interessantes, ou pelo menos animadas, pois muitos amigos meus estão cursando essa disciplina comigo. A professora parece estar aberta ao debate, o que é muito bom para o meu rendimento nas aulas. É como vovó já dizia: na universidade, o silêncio é o melhor amigo do desânimo.
O dia seguinte foi uma sexta feira 13. Houve aulas para mim, mas como sou muito supersticiosa resolvi ficar em casa para não correr o risco de cruzar com um gato preto em alguma encruzilhada na UFBA...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Bem vindos ao Ressonância, a materialização do meu ócio e da minha necessidade de tratamento psicológico...
Aqui trataremos de uma miscelânea de assuntos: ciência, educação, filosofia ou qualquer coisa que pertença ao meu mundinho. Afinal, o blog é meu e eu escrevo sobre o que me interessar. Mas eu prometo que de vez em quando escreverei alguma coisa interessante, engraçada ou politicamente correta.

Até qualquer hora,

Letícia